A Campanha Dezembro Laranja promove a conscientização sobre cuidados com o corpo para prevenir o câncer de pele. Neste ano, o destaque são as crianças, que devem criar hábitos de prevenção à exposição solar na infância, prevenindo envelhecimento e desenvolvimento da doença.

O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem a pele. Estas células se dispõem formando camadas e, conforme a camada afetada, definimos os diferentes tipos de câncer.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Dr. Sérgio Palma, os números de incidência do câncer de pele são maiores do que os cânceres de próstata, mama, cólon e reto, pulmão e estômago. A doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país, sendo os carcinomas basocelular e espinocelular (não melanoma) responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Já o câncer de pele melanoma tem 8,4 mil casos novos anualmente.

Variações

Carcinoma basocelular – É o câncer de pele mais frequente na população, correspondendo a cerca de 70% dos casos. Manifesta-se por lesões elevadas peroladas, brilhantes ou escurecidas que crescem lentamente e sangram com facilidade.

Carcinoma espinocelular – É o segundo tipo de câncer de pele de maior incidência no ser humano. Ele equivale a mais ou menos 20% dos casos da doença. É caracterizado por lesões verrucosas ou feridas que não cicatrizam depois de seis semanas. Geralmente causam dor e possuem sangramentos.

Câncer de pele melanoma – Corresponde apenas a cerca de 10% dos casos e é o mais grave, pois pode provocar metástase rapidamente (espalhamento do tumor para outros órgãos do corpo)  e levar à morte. É conhecido por pintas ou manchas escuras que crescem e mudam de cor e formato rápido, podendo ser acompanhadas de sangramento.

Fatores de Risco

A radiação ultravioleta é a principal responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos e, por isso, a maioria dos casos está associada à exposição excessiva ao sol ou ao uso de câmaras de bronzeamento.

Os grupos de maior risco são pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além destes, os que possuem antecedentes familiares com histórico de câncer de pele, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados.

Sintomas

O câncer da pele pode se assemelhar a características comuns da pele, como pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Por isso, é importante conhecer bem a pele e ficar atento às irregularidades, como:

  • Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
  • Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
  • Uma mancha ou ferida que não cicatriza e continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.

Regra ABCDE para Identificação dos Sinais de Perigo:

A – Assimetria 

B- Bordas irregulares

C- Cor (tons de preto escuro ou outros)

D- Diâmetro (maior que 5 milímetros)

E- Evolução (mudança de tamanho, forma e cor) 

É importante lembrar que somente o exame clínico, feito por um médico especializado, ou a biópsia pode diagnosticar o câncer da pele.

Tratamento 

Todos os casos de câncer da pele devem ser diagnosticados e tratados precocemente, inclusive os de baixa letalidade. Felizmente, há diversas opções terapêuticas para o tratamento do câncer da pele não-melanoma. A modalidade escolhida varia conforme o tipo e a extensão da doença, mas, normalmente, a maior parte dos casos pode ser tratada com procedimentos simples. 

Prevenção

Apesar da incidência elevada, o câncer da pele não melanoma tem baixa letalidade e pode ser curado com facilidade se detectado precocemente. Por isso, é importante praticar algumas ações no dia a dia e realizar o autoexame (observar manchas, pintas e anomalias) da pele regularmente. 

Ações:

  • Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares;
  • Cobrir as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas.
  • Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16 horas (horário de verão);
  • Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material;
  • Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo.  Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço;
  • Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas;
  • Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses;
  • Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.
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