Manter uma boa alimentação é fundamental durante toda a vida. Comer bem influencia diretamente na qualidade de vida que levamos, pois é através da alimentação que tiramos os principais nutrientes para aguentar a rotina. Infelizmente, muitas pessoas possuem dificuldades em manter estes hábitos mais saudáveis, na maioria das vezes ocasionada por uma rotina corrida e uma oferta abundante de produtos industrializados e ultraprocessados. Se para um jovem a má alimentação pode trazer consequências negativas, isso se agrava à medida que vamos envelhecendo.

As principais consequências de uma má alimentação são o aumento da incapacidade física, perda de mobilidade e imunidade baixa, sem falar de outros malefícios. Durante o envelhecimento é normal a pessoa já apresentar alguns destes sintomas, por isso a importância da boa nutrição, para que o corpo ganhe um “reforço” quando ele está mais vulnerável.

Quando falamos sobre a nutrição na terceira idade, é importante entender o que está dificultando com que o idoso tenha uma boa alimentação. A má nutrição pode ser resultado de problemas físicos e psicológicos, mas também questões ambientais e sociais, como a falta de uma moradia adequada, uma rotina desregrada, pobreza, entre outros. Por este motivo, a família e os amigos devem estar atentos se o idoso está se alimentando da maneira correta, se ele precisa de algum auxílio, se está fazendo acompanhamento médico etc.

Bons hábitos desde cedo

É na infância que aprendemos a comer e a educar o nosso paladar. À medida que o tempo vai passando, vamos conhecendo mais sabores e fazendo novas descobertas. Mas, os dados sobre a alimentação dos brasileiros preocupam. Os jovens estão cada vez mais consumindo alimentos ultraprocessados e já não preparam sua própria comida com frequência. Segundo o IBGE, em uma pesquisa feita entre 2017 e 2018, o consumo de produtos ultraprocessados aumentou, enquanto o de arroz e feijão está em queda, apenas para dar um exemplo. Durante a pandemia, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), relatou um aumento do consumo de alimentos como doces, embutidos (presunto, salsicha, entre outros) e frituras, entre jovens adultos brasileiros na faixa de 18 a 29 anos.

Segundo o médico geriatra Carlos Cesar Cusmanich, especialista em Clínica Médica, Geriatria, Gerontologia e Densitometria Óssea, a alimentação é um dos três pilares para o envelhecimento saudável. “Além disso, é fundamental evitar substâncias como álcool e cigarro, e praticar atividades físicas”, explica Cusmanich. O médico também ressalta que devemos manter estes hábitos durante a vida, desde jovens e não apenas na terceira idade.

No longo prazo essa má alimentação generalizada dos brasileiros pode ter efeitos negativos. Ao envelhecer, o aparecimento de doenças como diabetes, pressão alta, entre tantas outras, podem ser cada vez mais comuns. Isso tem um efeito negativo não apenas para a saúde individual de cada um, mas um impacto social muito grande, pois isso sobrecarrega o sistema de saúde.

Jedalva Oliveira, de 65 anos, trabalha em um departamento jurídico e também dedica seu tempo como atriz. Ela diz que ter uma alimentação saudável é fundamental para conseguir se manter ativa na terceira idade. “Nós somos o que comemos. Em casa eu não uso açúcar, eu como muitas frutas, o mínimo de sal que eu posso. Quando eu faço exames está tudo certinho”, diz Jedalva. Ela ainda complementa: “respeitar nosso corpo, alimentação saudável, exercício físico e mente saudável é fundamental”.

Dicas para manter uma alimentação saudável

A boa notícia é que nunca é tarde para começar a levar uma vida mais saudável. Desde cedo devemos nos preocupar em cuidar da nossa alimentação e construir uma rotina saudável de forma geral.

Algumas dicas úteis que podem auxiliá-lo:

  • Não pule refeições e mantenha uma rotina de horários.
  • Se possível, faça mais refeições durante o dia, em pequenas porções. Por exemplo: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar.
  • Organize as compras da semana e do mês, para garantir sempre alimentos frescos e, de preferência, orgânicos.
  • Varie o máximo possível o cardápio, sempre procurando consumir os alimentos com o maior número de vitaminas, proteínas etc.
  • Beba água regularmente. Muitos idosos acabam ficando receosos, pois acabam indo mais ao banheiro. Porém, a hidratação é fundamental para a saúde. Mantenha sempre um copo ou uma garrafa cheia por perto e vá consumindo aos poucos.
  • Evite o consumo excessivo de sal, açúcar, frituras, alimentos ultra processados e bebidas alcoólicas.
  • Organize sua rotina para ter tempo de cozinhar. Otimize o tempo cozinhando em maiores quantidades e depois congelando, para consumir nos dias posteriores.
  • Fique atento, porém, a validade dos alimentos! Se for congelar, coloque uma etiqueta escrito quando o alimento foi preparado e revise a geladeira, o congelador e os armários com frequência.
  • Faça um check-up periódico, verificando se todas as vitaminas e nutrientes estão com seus valores normais.
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