Os idosos são o principal público a consumir medicamentos. Além de se preocupar com os remédios e seus horários, muitas outras tarefas do dia a dia pedem a atenção deles. Além disso, a automedicação é um fator de risco pois pode afetar o funcionamento de diversos órgãos do nosso corpo e tornar-se prejudicial. Por isso, a orientação correta sobre a medicação é fundamental para garantir um tratamento eficaz e que melhore a saúde. 

A farmacêutica e defensora do envelhecimento digno para os idosos Thaisa Kataoka, explica que a forma como um medicamento é utilizado pelo idoso pode influenciar, e muito, na efetividade de seu tratamento. Segundo ela, os cuidados variam desde a pontualidade na hora de tomar um remédio, até a não-partição de medicamentos e armazenamento nas embalagens originais. A orientação é que eles sejam guardados em ambientes secos, evitando o calor e a umidade,  consumir apenas medicamentos prescritos pelo médico e dentro do prazo de validade, e adquirir os remédios em uma farmácia confiável.

Além desses cuidados, a automedicação é uma prática muito perigosa e que também requer atenção. De acordo com o médico geriatra Carlos Eduardo Cardoso, afirma que é normal a quantidade de medicamentos aumentar com a idade. Mas, a automedicação e busca por orientação de pessoas leigas, como familiares, vizinhos e amigos, são fatores que requerem extrema atenção. “O consumo de medicamentos pode ser bom ou prejudicial à saúde. Isso porque, às vezes o idoso faz a automedicação, ou seja, busca conselhos com familiares, vizinhos, ou começa a ir atrás de remédios na farmácia por conta própria. O que é muito perigoso, pois, com o envelhecimento, os medicamentos podem ser mais prejudiciais ao aparelho gastrointestinal, fígado, rins e outros órgãos fundamentais”, completa Carlos Eduardo.

O geriatra também explica que os medicamentos conhecidos como “naturais” devem ser consumidos apenas com orientação médica, já que, segundo ele, eles não são inofensivos e possuem composição química que age diretamente no nosso organismo. Para cuidar da saúde, Cardoso orienta que receitas e medicamentos que estão sendo utilizados pelo idoso sejam levadas na consulta médica para que o médico oriente corretamente o uso ou a suspensão de consumo.

A família também possui papel fundamental na manutenção da saúde de pessoas com 60 anos ou mais. Thaisa conta que a ajuda de pessoas próximas é importante e pode variar da simples observação se o idoso está apresentando sintomas diferentes dos normais, principalmente quando um novo tratamento foi iniciado. “Os familiares possuem papel muito importante no tratamento farmacológico do idoso. Eles podem ficar de olho em sintomas anormais, fazer perguntas sobre como anda o tratamento e também auxiliar na criação de uma lista com os medicamentos que devem ser ingeridos no dia, além de descartar medicamentos que não estão sendo mais utilizados ou que estão vencidos. É importante também que a independência do idoso seja sempre estimulada”, comenta a farmacêutica. 

Outras orientações importantes passadas por Thaisa, são a consulta de um farmacêutico de confiança para tirar dúvidas sobre os medicamentos, já que a atuação desse profissional não se limita a dispensação, mas também a promoção da atenção farmacêutica e incentivo ao uso correto de remédios. Ela também reforça que a medicação deve respeitar aquilo que o corpo está realmente precisando, sem exageros. “Os medicamentos devem atuar como aliados no bem viver. Portanto, seu consumo deve ser limitado ao necessário. Sempre procure profissionais quando precisar de ajuda. Só adquira medicamentos em farmácias. Desconfie de preços muito abaixo do praticado. Sempre que possível, mantenha seus medicamentos em suas embalagens originais para evitar trocas”, completou Thaisa.

 

Pular para o conteúdo