Dando início a semana de comemoração ao Dia da Mulher, nesta segunda (07), os Amigos do HC receberam a jornalista e empresária Mira Graçano em uma palestra sobre o “Retrato da Mulher”. Em um clima descontraído, o evento aconteceu na sede da Associação e contou com a presença de colaboradoras, que foram recepcionadas com um café da manhã. 

Com 27 anos de experiência no mercado jornalístico, Mira conta que essa data de comemoração ao Dia da Mulher ainda causa estranheza a ela. “Eu acho que todos o dia é dia da mulher”, diz. Ela ainda relata sobre a desigualdade nas redações e o machismo que vivenciou no trabalho, desde os comentários partidos de homens, até o valor do salário que era menor do que os homens que exerciam a mesma função. Para ela, tudo isso é porque existe uma cultura do desrespeito à mulher e ela testemunha sobre os danos e traumas causados nela e nas mulheres. 

Porém, Mira não descarta a importância da figura masculina. Ela relata que perdeu o pai aos nove anos e a mãe nunca se casou novamente. Com seis filhas, a figura paterna que a jornalista teve foi o tio e isso fez toda a diferença na vida dela. Mira desconstrói essa ideia de que a mulher precisa ser autossuficiente e que está tudo bem em precisar de uma rede de apoio. Para ela, o problema está no pensamento de só se sentir plena se estiver em um relacionamento.  

Para lidar com tudo, Mira conta que, para ela, nas vivências e situações da vida, é preciso “ser importante para você mesma” e complementa explicando que acredita em três tipos de consciência: pai, adulto e criança. O pai diz o que você tem que fazer, o adulto é aquilo que você aprendeu, estudou para fazer e a criança traz a diversão e a leveza. Ela fala sobre o último como essencial e ao explicar o porquê, ela faz uma pergunta ao público: “Que atividades você amava fazer antes e acabou deixando de lado?”. Nesse sentido, a jornalista fala sobre a importância de resgatar esses prazeres do passado.  

Para isso, é importante o autoconhecimento. Mira aponta cinco pilares para ajudar nesse processo. O primeiro deles é ter um propósito na vida e sempre servir ao outro. “Estamos na era da depressão e precisamos encontrar maneiras de combater isso”. O segundo é parar de viver no passado e futuro, deixar algumas coisas para trás e aproveitar o momento agora. O terceiro é sobre se cercar de pessoas que te fazem bem. O quarto é aprender coisas novas e se desafiar. O quinto e último, ela lembra que os altos e baixos da vida não acabam e que a dor existe para fortalecer.  

Mira finaliza fazendo uma reflexão sobre a dor. Ela acredita que as dores causam um rasgo na alma, mas que isso abre mais espaço para novas experiências. É sobre ser anti frágil, ou seja, alguém que volta, mas muito mais forte do que antes.  

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