Em 2021, iniciou-se uma nova década e com ela chegam novos desafios. Pensando nisso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu que seria o momento ideal de fazer uma campanha forte para conscientizar a sociedade sobre a saúde das pessoas com mais de 60 anos. Foram estabelecidas pela OMS estratégias e diretrizes sobre envelhecimento saudável que estão alinhadas com os propósitos dos Objetivos de  Desenvolvimento Sustentável criados pela Organização das Nações Unidas (ONU),.

O envelhecimento da população é um fenômeno que atinge diversos países do mundo, inclusive no Brasil. Segundo pesquisas do Ministério da Saúde, a previsão é que o nosso país tenha em 2030 a quinta maior população de idosos do mundo, ultrapassando o número de crianças entre zero e 14 anos em território nacional. Já os dados da OMS apontam que em 2050 o mundo possuirá uma população de idosos de cerca de 2 bilhões de pessoas.

Os números não mentem: pensar no bem-estar da população idosa é mais do que necessário e precisa ser levado a sério por todos os setores da sociedade. Por isso, a OMS estabeleceu quatro áreas de ação da década, que terão iniciativas para que a qualidade de vida das pessoas nesta faixa etária seja cada vez melhor.

Saiba quais são eles:

Mudar a forma como pensamos, sentimos e agimos com relação à idade e o envelhecimento

É necessário quebrar estereótipos e preconceitos sobre as pessoas com mais de 60 anos, fazendo com que a sociedade evolua no trato com as pessoas dessa faixa etária. Por isso, nessa primeira meta a Organização Mundial da Saúde ressalta que é preciso garantir os direitos dessa população e criar ações que promovam a independência e autonomia delas, o direito à seguridade social, acesso e mobilidade, entre vários outros direitos que devem ser garantidos a todos os cidadãos.

Garantir que as comunidades promovam as capacidades das pessoas idosas

É preciso que a sociedade cuide para que os idosos tenham plena autonomia em ambientes físicos, sociais e econômicos, seja nas cidades ou no campo. É preciso inclusão desse idoso nos meios digitais, no trabalho, na rua, dentro do ambiente familiar, entre outros. Dessa forma, autoridades e cidadãos devem pensar em conjuntos em alternativas para que essa acessibilidade exista.

Infelizmente, muitos ambientes, sejam eles públicos ou privados, carecem de acessibilidade para as pessoas com mais de 60 anos. Porém, isso não é tudo. É preciso também que pessoas de todas as idades estejam prontas para lidar com esses idosos, garantindo que eles se sintam acolhidos e bem-recebidos.

Entregar serviços de cuidados integrados e de ação primária à saúde centrados na pessoa e adequados à pessoa idosa

Prevenção é sempre o melhor remédio. Com o passar do tempo, cresce ainda mais a necessidade de se ter acesso a um bom sistema de saúde e que o idoso possa fazer exames e consultas com maior frequência para verificar todos os seus dados de saúde física e mental. Segundo o médico geriatra Carlos César Cusmanich, especialista em clínica médica, geriatria e gerontologia e em densitometria óssea, o ideal é que os idosos façam um check-up pelo menos uma vez ao ano. Caso possuam uma doença já manifestada ou com alguma suspeita, o ideal é fazer esses exames de rotina em um intervalo menor.

Propiciar o acesso a cuidados de longo prazo às pessoas idosas que necessitam

Além dos cuidados de prevenção, é necessário que o idoso que possua doenças crônicas ou que precise de um tratamento de longa duração possa ter acesso a exames, consultas, medicamentos, cirurgias, entre outros cuidados necessários para recuperar a sua saúde e ter qualidade de vida.

Colocando em prática

Felizmente muitos idosos já possuem essa consciência e procuram colocar todas essas diretrizes em prática. Um exemplo é Jedalva Oliveira, de 65 anos. Ela divide seu tempo entre trabalhar em um departamento jurídico, a faculdade de direito, estudar música e atuar em filmes, mas ainda encontra tempo para cuidar da saúde. Ela faz exercícios físicos com regularidade e leva uma alimentação saudável. Hoje ela sente que os jovens que convivem com ela se inspiram nessa vitalidade: “eu sinto pelo meu ambiente de trabalho que a mentalidade está mudando. Os jovens se inspiram em mim e eu também recebo muita força deles”, explica Jedalva.

Sueli Rodrigues, de 70 anos, também mantém uma rotina com muitas atividades, mas sem deixar de lado os cuidados com a saúde. “Faço check-up regularmente, bebo muita água, tenho uma alimentação muito boa, faço alongamentos e danço também”, conta Sueli.

O médico geriatra Carlos César Cusmanich ressalta que os pilares para uma vida saudável é uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos e não ter vícios como fumar ou outras substâncias. “Esses hábitos devem ser mantidos durante toda a vida, desde jovem. Porém, nunca é tarde para começar”, ressalta o geriatra.

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