O Setembro Amarelo é marcado pelo mês de prevenção ao suicídio e de conscientização contra o preconceito que ainda existe em relação à depressão, principal causa relacionada. A campanha traz informações e reflexões sobre o tema, tanto ao doente quanto para as pessoas que estão ao redor e podem ajudar.
A psicóloga do Hospital Edmundo Vasconcelos, Mariana Balieiro, explica que a campanha tem como foco o cuidado e a prevenção. “Procuramos atender e conscientizar todas as classes sociais, faixas etárias e gêneros”. A importância é de disseminar o máximo de informações possíveis para que as pessoas saibam identificar quando elas mesmas precisam de ajuda ou para que percebam quando alguém próximo está passando por dificuldades.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 96,8% dos casos de suicídio notificados, estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e do abuso de substâncias. “Pessoas com esses transtornos estão muito mais vulneráveis ao suicídio”, afirma a psicóloga.
A especialista indica que ao abordar a temática do suicídio, o público-alvo são aqueles que sofrem de transtornos mentais. “Temos um público vulnerável composto por adolescentes e jovens adultos como principais vítimas das doenças”. O suicídio é uma das três principais causas de morte em pessoas com idade entre 15 e 29 anos no mundo. O Brasil é um país com taxas crescentes.
A pessoa que está sofrendo de depressão sempre apresenta sinais. “Elas se isolam, podem ficar mais agressivas, entristecidas, apresentar perda de vontade de fazer atividades básicas ou que gostavam”. É importante estar atento e não ignorar os sintomas.
A psicóloga conta que as pessoas ainda tratam a depressão como frescura. É um preconceito muito grande e por conta disso, quem precisa, acaba não tendo o tratamento adequado. “É importante que a família esteja por perto e não trate as lamentações como um drama. Ouça o que a pessoa está dizendo e não desvalorize, perceba os sinais e ofereça apoio”.
Existem diversas formas de procurar ajuda, como psicólogos, psiquiatras que vão diagnosticar e indicar um tratamento adequado, mas também é possível contar com o Centro de Valorização da Vida (CVV), um número de telefone que fica disponível 24 horas, onde o atendente escuta e conversa com a pessoa que precisa. É um serviço gratuito e basta discar 188.