O Novembro Roxo é uma campanha internacional voltada à atenção à prematuridade, visando a solidariedade, a sensibilização e alertas sobre o assunto.
Segundo o Ministério da Saúde, há cerca de 340 mil nascimentos prematuros por ano no Brasil, o equivalente a 930 nascimentos por dia.
O médico Dr. Adson José Martins, membro da Comissão de Perinatologia da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), alerta sobre o período mais perigoso para o bebê prematuro. “O período mais crítico é geralmente considerado entre 24 e 28 semanas de gestação e abaixo de 1.000g de peso. Muitos dos órgãos e sistemas ainda estão em desenvolvimento nesse estágio”, explica.
A prematuridade pode apresentar problemas não só durante os primeiros meses de vida do bebê, mas também para a vida toda. O médico lista os principais problemas e dificuldades para o futuro do bebê prematuro.
Problemas respiratórios: Os pulmões dos bebês prematuros podem não estar totalmente desenvolvidos, o que pode levar a dificuldades respiratórias e internamentos hospitalares.
Problemas cardíacos: A imaturidade do sistema cardiovascular pode resultar em complicações.
Problemas de temperatura: Bebês prematuros têm dificuldade em manter a temperatura corporal. Assim que nascem, um simples evento como a hipotermia, pode aumentar o risco de mortalidade.
Problemas de alimentação: A sucção e deglutição podem ser desafiadoras para bebês prematuros, levando à restrição de crescimento extrauterino.
Infecções: A imunidade pode ser comprometida, tornando-os mais suscetíveis a infecções. Uma simples gripe pode levar a uma insuficiência respiratória.
Dr. Adson José destaca ainda o perigo que há para o desenvolvimento deste bebê. “Bebês prematuros podem estar em maior risco de desenvolver problemas de saúde a longo prazo, como atrasos no desenvolvimento visual, motor, cognitivo e emocional”.
“No entanto, cada caso é único devido principalmente à presença ou não de complicações durante o internamento em UTI neonatal e, além disso, muitos bebês prematuros se desenvolvem normalmente com cuidados apropriados”, completa.
Durante a gestação, é importante que a mãe tenha alguns cuidados para evitar que ocorra um parto prematuro. “Evitar substâncias prejudiciais durante a gravidez, manter uma dieta saudável, controlar condições médicas, evitar estresse excessivo, e o mais importante de todos, cuidado pré-natal regular e precoce”, explica o especialista. Esses cuidados podem influenciar diretamente em fatores de risco para que o parto prematuro ocorra.
Após o nascimento, o bebê prematuro passa por processos que exijem atenção de médicos e pais. Eles podem ser variados, mas alguns aspectos comuns incluem cuidados na UTI neonatal, monitoramento médico, alimentação especializada e controle da temperatura. Todas essas responsabilidades visam trazer um cuidado com este bebê, para que ele possa se desenvolver da melhor maneira possível para seu futuro.
O Novembro Roxo foi criado para auxiliar nos cuidados a esses bebês. É necessária a responsabilidade não apenas de médicos, mas dos pais também, para que o bebê prematuro possa ter a atenção necessária para se tornar uma criança saudável.