O Abril Azul é uma campanha global criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) que promove a conscientização do Transtorno do Espectro Autista. Ainda sem muitos dados científicos, o preconceito e a falta de informação da população tomam conta. O mês tem como foco, ensinar as pessoas e tornar desse, um tema acessível. Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), existem 70 milhões de autistas diagnosticados no mundo. 

O psicólogo Pablo de Assis explica que o autismo é uma condição de base genética que vai fazer com que a pessoa perceba o mundo de uma forma. “Tudo vai ser mais intenso, o cérebro é muito mais sensível”. Porém, cada indivíduo é diferente do outro e por isso, cada caso deve ser tratado de forma personalizada.  

Sobre os níveis de autismo, o psicólogo argumenta que a definição é controversa. “No nível 1, o mais leve, são considerados aqueles que têm mais facilidade em se expressar, mas as vezes, essas pessoas só escondem melhor suas condições. Essa forma de classificação foi traçada por pessoas que não são autistas e isso não nos ajuda a entender, de fato, o transtorno”. A capacidade algumas de funções, dificuldades de socialização e comunicação acabam sendo diferentes dos padrões também.  

Um dos maiores medos dos pais, em relação ao diagnóstico é de que autismo representa uma série de impossibilidades. “Mas a verdade é que a grande dificuldade de uma pessoa autista é encontrar um ambiente que ofereça condições adequadas”.  Não é uma condição que precisa necessariamente ser alterada, mas a pessoa vai ter contextos diferentes.  

Contudo, o acompanhamento médico é necessário, considerando as necessidades de cada um. “Se a pessoa tem alteração alimentar por conta de manifestação de dieta, isso acaba limitando a ingestão de nutrientes”. Isso impacta na saúde dela, precisando de acompanhamento médico para auxiliar na suplementação para dar conta dessa baixa alimentar. Nos casos de hipersensibilidade auditiva, o ouvido da pessoa é mais sensível. “Se ela convive em um ambiente extremamente barulhento, vai machucar a audição dela. Pode, inclusive, fazer com que, na tentativa de desabafar o barulho, ela acabe se machucando”, alerta.  

Mas quando se tem um ambiente confortável e seguro, com uma convivência tranquila, a atenção dos especialistas médicos não são tão urgentes. “Então é sempre importante avaliar e é claro que aqui não estou generalizando, mas é sempre importante avaliar caso a caso, quais são as necessidades da pessoa”. 

O especialista afirma que há muito preconceito em relação ao transtorno. “O autista vai ter dificuldades ao longo da vida, porque o mundo é cheio de preconceito e barreiras, que vão afetar uma pessoa que precisa de um apoio maior”. Por isso, a campanha do Abril Azul se torna necessária. “O mais importante do que dar uma visibilidade ao autismo, é dar um espaço para que as próprias pessoas autistas possam falar das suas experiências”. Dessa forma, o apoio médico se torna mais especializado, contribuindo com o desenvolvimento dos diagnosticados. 

Desde março deste ano, os ônibus de Curitiba passam a considerar autistas como passageiros preferenciais. Essa conquista foi uma solicitação do vereador Pier Petruziello à Urbanização de Curitiba (URBS), empresa responsável pelo transporte público da cidade. Além disso, pessoas diagnosticadas com o Transtorno Espectro Autista também possuem o direito à isenção no valor da passagem. 

O Momento Saúde é um quadro temático dos Amigos do HC em parceria com a FARCOM-PR. Nele, você recebe dicas de cuidados com a saúde, que vão ao ar dentro do programa “Fala Paraná”, todas as terças-feiras. O Momento Saúde da última terça-feira (23), vai do minuto11:00, ao minuto 12:13 e você pode ouvir aqui.

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